quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

A LUZ DA GRATIDÃO PARA O ANO NOVO

Na divisa de antônimos quase sempre se encontra a resposta para o ser das coisas e o sentido que as motiva. Nas antíteses, quase sempre se encontra vetores, que ajustados, apontam para realidades distintas e descobertas fantásticas. Um exemplo disto é o veneno da cobra, quem diria que sendo tão mortal, seria a partir dele que se obtém o antídoto; ou ainda o remédio, que por mais benéfico que seja, quando ingerido em dose além do necessário se torna veneno e mata de overdose. 

E então a existência põe diante da humanidade o dia 31 de dezembro, último dia do ano, sinal de fechamento de um ciclo, de um tempo, de um apagar de luzes; e, por falar em apagar de luzes, vou até a divisa de antônimos e ao rever os grandes feitos da humanidade, constato que, no dia de hoje, há  141 nos, Thomas Edison fez a primeira demonstração pública da lâmpada incandescente, em Menlo Park, Nova Jersey. 

Não tendo a expertise de Thomas Edison, no apagar destas luzes de 2020, apesar dos pesares, quero acender outra lâmpada, que apesar de não ser incandescente ilumina bem, talvez a energia que a acende não é a eletricidade, mas sim o combustível da gratidão: pelo ano que passa, pelas experiências vividas, pela maravilha de viver, apesar dos pesares, esperançoso. 

E assim quem sabe, no ano vindouro, para além das incertezas, as trevas da insegurança sejam dissipadas pela impávido luzir que o sonho alimenta e se chama esperança, cujo clarão rebrilha gratidão e se derrama em luminosidades.

Feliz e luminoso Ano Novo.


A ARGENTINA E O ABORTO

 A LEI DO ABORTO NA ARGENTINA.

Último dia do ano. Dia de São Silvestre, nome da famosa maratona. Deveria ser hoje o dia da esperança, esse combustível que alimenta a maratona da existência.

(créditos da foto: Pe. Paulo Ricardo)

É a esperança que enfrenta as adversidades, sustenta os passos e alimenta os sonhos que constroem a realidade e inventam possibilidades. Dizem que a esperança é a última que morre.

Neste ano de lágrimas, onde a covid-19 flagelou a humanidade e deixou um rastro de morte, quando muitos são os motivos para chorar, a humanidade conseguiu ser mais terrível: a Argentina que outrora gerou o Francisco dos tempos modernos, com lições de simplicidade; tornou-se hoje a pátria do aborto legalizado.

(Créditos da foto: Partido Politico PSOL)

A humanidade se rebela contra a vida na sua forma mais simples, a embrionária. Partidos políticos brasileiros aplaudem, num claro sinal de que, cedo ou tarde, o Brasil enfrentará o mesmo dilema.

Felizmente, como a esperança é gerada no coração e não no útero, não está sujeita a abortos e, por isso mesmo, não é a última que morre, aliás é imortal e jamais se rebela contra a vida.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Conceição

CLARICE LISPECTOR

 CLARICE LISPECTOR. 

Cidadã do mundo, russa de nascimento, brasileira e nordestina por opção. Há 100 anos nascia um gênio poético e literário.

Nas contradições sempre teve a matéria prima de sua escrita, com a qual viveu e sobreviveu na revolucionária opção de ser e se fazer autêntica, independentemente do tribunal da opinião alheia.

Na conservação da essência da vontade de fazer da inconstância um paradigma, fez da vida uma radical escolha e intransigente opção, com todas as viscissitudes e infortúnios de viver e escrever, como se a vida e a palavra escrita fossem duas faces de uma mesma moeda.

Parabéns Clarice Lis (flor) pector (pedra): flor petrificada pelas agruas da vida, que soube exalar fascínio enigmático, clareza ofuscante e fortaleza camuflada de fragilidade...

Uma estrela, brilhante, mesmo submersa em verdadeiros oceanos revoltos, condensados na aparente indiferença e superficialidade de um olhar, preciso e penetrante, onde a essência sempre esteve a deriva, ao sopro dos furacões, da ânsia de acertar, feito conclusão e convulsão existêncial: "viver ultrapassa qualquer entendimento".

Loreto

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

MEDALHA MILAGROSA: 190 ANOS DE GRAÇAS

O ano era 1830 e forte peste varria a França. Na Rue Du Bac, em Paris, a Santíssima Virgem aparece novamente para uma jovem chamada Catarina Labouré  e manda que se faça uma medalha que logo ficou conhecida como milagrosa. 

Hoje, faz exatos 190 anos desse acontecimento; por todo mundo a medalha milagrosa espalhou-se como sacramental. A pequena Catarina, depois freira e hoje canonizada, tem seu corpo incorruptível em uma urna de vidro na Rue Du Bac, mesmo local da aparição, repousando sob o Altar de Nossa Senhora das Graças, a Imaculada, concebida sem pecado.

Nestes tempos de pandemia em que o Covid-19 se apresente uma verdadeira e implacável peste, que a Santíssima Virgem nos conceda todas as graças necessárias para enfrentar e vencer essa moléstia. 

Santo Agostinho dizia que quem canta reza duas vezes. O hino que segue foi composto a partir de  uma fotografia do Imaculado Coração de Maria,  da qual surgiu toda a inspiração de que precisei e que neste dia, com alegria, aqui partilho em homenagem a Virgem Maria, Senhoras das Graças. 

 

 HINO A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS


Oh Maria concebida sem pecado 

Mãe bondosa escutai nossa voz

Coração Santo e Imaculado

Virgem das Graças rogai por nós.


1. Glória a Deus Pai, perfeito e eterno

A Jesus honra e louvores mil

E ao Espirito Santo Paráclito

Que preenche o coração vazio


2. Gloriosa sois Virgem Senhora

Triunfante esmagai todo mal

Com a Verdade e a Fé que vigora

Conduzi-nos a pátria celestial


3. A quem luta e ao aflito que chora

Socorrei vosso amor maternal

Vosso olhar volvei a quem implora

 Eis a prece de um clamor filial


4. Vosso nome sagrado crepita

Plena graça e sublime esplendor

Que nas almas confiança suscita

A humildade que é do céu penhor


5. É feliz quem em Deus acredita

És bendita porque acreditou 

Oh que nos corações se repita 

O prodígio que teu ventre gerou.

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segunda-feira, 23 de novembro de 2020

JUBILEU DE CRISTAL DA APLAC

 


 A imortalidade, muito mais que uma questão biológica é: uma escolha, um desejo, um propósito e uma utopia que se faz palpável na efemeridade de cada hora, a partir da vontade de saborear – na fugacidade – os instantes de eternidade que a possibilidade de viver proporciona.

 A imortalidade é assim uma construção – constante – que se plenifica na (in)certeza do que somos, para onde vamos e o que queremos. É que identificadas estas três condições como pilastras dessa construção, quem se predispõe a palmilhar a senda da imortalidade, ainda tombe desfalecido, continuará imortal na quilo que foi, ou ainda é; por onde foi, ou até onde chegou;  naquilo que quis, ou no que conseguiu; pois na ceia do infinito a comunhão é de fraternidade: tudo se perpetua no plano das ideias, onde a alternância de sujeitos, qual carvão no fogareiro, vai dando consistência e fulgor aos ideais feitos labaredas, tanto mais vivas quanto luminosas.
 
Ao transpor no tempo, a soleira dos primeiros 15 anos de existência, a Academia Pinheirense de Letras Artes e Ciências, registra além do dado cronológico, uma consciência elevada em razão das aspirações que nutre. Quiçá o porvir, na senda da imortalidade, conserve a formosura e beleza da viçosidade próprias do espírito juvenil inerente a idade de quinze anos, e também extensiva a todas as idades que a queiram e conservem.
 
Com efeito, para além do fato das academias serem – e devem sê-lo – templos da excelência e do requinte, onde as tradições devem ser cultivadas e prevalecerem, engana-se quem pensa que para tal mister, a solidez da antiguidade tenha, por prerrogativa, a imutabilidade de ritos, consciências, pensamentos e liturgias. Que ninguém se olvide, o que parece imutabilidade, em verdade é uma questão essência, que não é – e nem pode ser – algo frívolo que se esvai ao sabor do vento; mas, ao contrário, galgando-o se espalha e difunde sem jamais perder a consistência.
 
Nos átrios acadêmicos, qualquer ideia de imutabilidade cede lugar ao sacerdotal propósito de preservação, cultivo e fomento da essência do espírito acadêmico que empreendeu a ousadia dos primeiros passos. Ora, “a essência é o que faz magnas as coisas” e em função disto, os ritos, as liturgias e tudo o mais convergem e desenvolvem-se de forma pragmática e alternativa, comportando inclusive mudanças, desde que a essência seja preservada.
 
Sobre a antiguidade – relicário onde a sabedoria resplandece e se faz substrato das tradições – constitui-se o voto primeiro e mais importante de quem abraça o ideal acadêmico, porém por si só, ela surge e torna-se mera consequência do passar do tempo se não se significar, pois a significância é o que dá sentido as coisas e ao viver, cingindo-os com o diadema da simplicidade: o que de mais sublime há no extraordinário.
 
Sim! O extraordinário que habita a singeleza do desabrochar da flor, do voo do pássaro, do pingo da chuva, da velocidade da luz, da semente que germina, da vida que nasce, entre outras coisas que se congregam em sutilezas indecifráveis; ou, por vezes, irreproduzíveis... Esse mesmo extraordinário habita o íntimo de quem se faz cativo dessa busca pela essência e com denodo, nas assas da esperança, vai até a divisa de antônimos, para concebê-la, gerando em si a própria primavera, florescendo em olentes fragrâncias que perfumam iluminando e iluminam perfumando.
 
O perfume tem de intangível o que o infinito tem sublime – não tem começo nem fim – e essa sutileza tão própria da leveza, tanto mais leve tanto melhor, porque quanto mais leve, mais essencial... É o substrato à percepção apurada na contemplação da imortalidade, diluída no tempo e no espaço feito um dilúvio que, entre a terra e o céu, tudo transborda e dilui. Vive-se, sobre o flagelo do Covid-19 e de tantas outras realidades que desafiam a sobrevivência humana... Um ano de lágrimas! Um tempo de dilúvio em cujas águas diluem-se o viver; o morrer; o ser; o ter; o querer; o fazer; o poder e as esperanças de tudo quanto não seja ESSENCIAL.
 
Nesta atmosfera de singular significância, em que a efemeridade do transpor do tempo se oferta no Cristal de um Jubileu… Que os dilúvios sejam de luminosidade, os séculos de sabedoria, os dias de imortalidade, as horas de alegria e os instantes da mais singela e autêntica felicidade – jocosa por natureza, sublime por essência e extraordinária por leveza – projetando nas marcas dos passos futuros a venturosa marca de quem acendeu-se e iluminou, a si e ao seu redor, combatendo as sombras que escurecem a essência do clarão, da lucerna que cintila o olhar do mais frágil e singelo ser humano.

Ave academia! Seja-se a luz, faça-se a luz, propague-se a luz em ousada e imortal claridade.

domingo, 22 de novembro de 2020

CECÍLIA MARQUES DO MEU CORAÇÃO

O dia era 22 de novembro, o ano 1906, a cidade de Missão Velha-CE, na casa de Manoel Privado Marques e dona Maria Alexandrina Marques, nasce a pequena Cecília, a neta de dona Genoveva.

Com a seca de 1915, todo o Ceará sofreu bastante. A família Marques teve perdas irreparáveis: a fome e a seca resultaram no óbito de uma das irmãs de Cecília. Desolado, seu Manoel juntou a numerosa família juntamente com os demais conhecidos e vizinhos e se pois em macha até o Maranhão, foram mais de trinta dias caminhando a pé, em caravana, até a cidade de Pedreiras-MA.  

De Pedreiras, a família mudou-se novamente e fixou residência em Pinheiro-MA, onde Cecília conheceu Alípio (um pinheirense filho de cearenses) e constitui família. Dessa união surgiu a Família Marques Souza, da qual descende minha avó paterna.

Minha Cecília conheceu padre Cícero Romão Batista, conheceu Lampião e Maria Bonita. Viu o cangaço de perto, viu a fome, a seca e o desespero. Faleceu em São Luís do Maranhão, no ano de 2006, lúcida e com uma memória invejável: datas, números, acontecimentos, tudo sua memória guardava com facilidade, além da eximia habilidade de decorar textos, ladainhas, rezas, benditos etc.

De tudo quanto foi, para mim é mais profundo aquilo que ainda é e sempre será: "minha bisavó, minha Vovó Cecília"; dado afetivo e consanguíneo que jamais se acabará. Ao redigir estas linhas, a memória, como brisa que é, sopra por assim dizer um furacão com uivos de saudade e nas lembranças que arrasta me traz a visão da parede de seu quarto, lá em Pinheiro, onde por cima da mesa onde colocava remédios e alguns caixas com com anotações e pequenos pertences, se via em um quadro com motivos florais: "que aquilo que nos separe não destrua o que nos une".

Não separa e nunca separara. Para sempre Cecília, uma lembrança, uma memória, um amor e uma grande emoção, radiante como o sol de verão. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

O JARDINEIRO DA FELICIDADE

 Um jardineiro aniversariava e a Primavera resolveu visitá-lo. Logo na chegada o cumprimentou com os mais belos aromas e cores da sua pujante beleza, felicitando-o pela efemeridade da data. Surpreso, indagou o jardineiro: É verdade que sois a porta-voz da felicidade? A felicidade não usa palavras, nem precisa de porta-voz, respondeu a Primavera, cheia de graciosidade, sorrindo silenciosamente, de forma tão intensa e imensa que se fazia insondável. 


O jardineiro ligeiro e contundente perguntou: Então a conheceis? Apresente-me essa distinta dama, vos peço. Mas a resposta foi novamente um sorriso de ternura, com o qual foi indo embora, deixando ao jardineiro uma muda de violeta. 


Percebendo a despedida, o jardineiro apressou-se em correr para acompanhá-la. Esforço inútil, pois sem a leveza do suspenso não poderia sequer voar com as borboletas, quanto o mais acompanhar a primavera que, em sua fagueira brisa, gentilmente, voltou-se; e, num aceno de despedida exclamou uma única palavra, em forma de desejo, no plural: felicidades.


Intrigado, o jardineiro ficou a pensar o porquê daquilo, tentou interpretar aquele acontecimento e, sem respostas, voltou-se ao seu jardim - foi cultivar a violeta - absorto no silêncio de suas inquietudes, feitas labaredas que consumiam seu íntimo e pediam o refrigerio de respostas. 


Passados vários dias a violeta em fim amanheceu florida e no fim do mesmo dia já estava murchando, deixando no ar o perfume agradabilíssimo de sua essência, um perfume tão suave que relembrava a beleza da flor e superava a tristeza das pétalas murchas. 


Detendo-se o jardineiro na contemplação de todas aquelas sensações, as quais saboreava com ávida fome de infinito... De repente, a Primavera achegou-se novamente sorrateira e suavemente sussurrou: “são as brevidades, nelas habita a felicidade; e na delicadeza de quem cultiva violetas, fazem pousada”.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Saudes

 1920 - 28 DE AGOSTO - 2020.

Bem-aventurados os ricos daquilo que o dinheiro não é capaz de comprar. Aqueles que possuem o tesouro da bondade tem uma riqueza maior que a vida e que não se sujeita aos domínios do perecível.

Na esfera do intangível a bondade desafia o tempo e a história e quando ganha a forma de atos generosos, engendra o necessário a primavera luminosa que exala a esperança em orma de vento.

1920 - 28 DE AGOSTO - 2020

sábado, 15 de agosto de 2020

SELO POSTAL: HOMENAGEM A NOSSA SENHORA DO SAGRADO CORAÇÃO

SELO COMEMORATIVO A PROCLAMAÇÃO DE NOSSA SENHORA DO SAGRADO CORAÇÃO COMO PADROEIRA DA DIOCESE DE PINHEIRO-MA


No dia 15 de agosto de 1946, há 74 anos, chegaram em Pinheiro-MA, nove padres italianos, Missionários do Sagrado Coração, entre eles Pe. Pierpaolo Sambalino (meu padrinho) que, se vivo fosse, completaria 100 anos em 28 de abril de 2020. A chegada desses padres representou para Pinheiro um novo tempo: com a fé e a religiosidade germinaram frutos de progresso social pela Educação; por isso, escolhi esta data para levar ao conhecimento de todos este selo que será lançado em setembro, na festa da Natividade de Maria Santíssima.


Há 70 anos, Nossa Senhora do Sagrado Coração (título mariano do século XIX, criado pelo Pe. Júlio Chevalier), foi declarada pela Santa Sé, Padroeira Principal da Diocese de Pinheiro (à época Prelazia). Para registrar a passagem de tão importante acontecimento, elaborou-se um selo postal comemorativo a esta magna data. 

O selo remete a imagem do céu azul, com nuvens singelas e harmoniosas, em referência à cor do manto de Nossa Senhora do Sagrado Coração, sob cuja proteção a Diocese de Pinheiro se encontra. Nas margens o selo traz o nome do autor da proposta e da arte do selo, bem como a inscrição comemorativa: NSRA do Sagrado Coração – Padroeira da Diocese de Pinheiro-MA 1950/2020.

Na lateral superior direita do selo, apresenta-se um pombo branco, com asas abertas, simbolizando o Espirito Santo que, em seu voo, traz o clarão da Luz que, ao crepitar na forma de uma cruz, pousa sobre a cabeça de um ícone mariano formado por um contorno que tem as mesmas cores do clarão que emana do pombo, em alusão ao mistério da Encarnação do Verbo e a saudação do Anjo Gabriel: Ave Maria, Cheia de Graça, o Senhor é contigo. 

O ícone mariano tem seu olhar voltado para um coração, o qual formado por contornos verde e vermelho, tendo ao centro a representação da Catedral Diocesana de Santo Inácio (sede do bispado) em contornos brancos. O coração e a representação da catedral estão dispostos na cor da bandeira italiana (verde, branco e vermelho) e representa o reconhecimento e a gratidão aos padres italianos Missionários do Sagrado Coração que fizeram a Prelazia tornar-se Diocese, além de contribuírem para o progresso social e educacional da Cidade de Pinheiro -MA. 

Um rosário circunda o coração, simbolizando a força da oração e a devoção em Maria Santíssima, a quem Cristo deu-nos por mãe aos pés da Cruz; o rosário simboliza ainda a Legião de Maria, movimento mariano de leigos que foi implantado pelos padres italianos e, no campo do apostolado, vem produzindo muitos frutos na diocese. 

Sobrepondo todo conjunto, está o número 70 e a palavra anos, em dourado, para lembrar a nobreza e valor da proteção da Virgem Maria ao longo dessas sete décadas; o pombo está pousado na direita do numeral 7 em alusão aos dons do Espirito Santo e, na outra extremidade, um ramo de florente de rosas brancas, remetem a virgindade e as alegrias de Maria que, embora sejam sete, foram representadas com apenas seis rosas, pois a sétima alegria (a Coroação de Maria) se faz no coração elevado aos céus, feito trono do Altíssimo.

Compondo o numeral 70, sobrepõe-se ao coração (com a catedral em seu âmago), um círculo dourado que toca o ícone mariano, lembrando a forma de uma aliança, para dizer da necessidade de união do homem com o Divino: “Tudo a Jesus por Maria”. O Sete se aloja entre o pombo e o ícone mariano para recordar a íntima ligação da Virgem Maria (Esposa do Espírito Santo) com o desígnio salvífico de Deus, que se faz homem.

Na parte inferior do selo, aparece a figura de Nossa Senhora do Sagrado Coração, por entre nuvens, com seu Unigênito nos braços, apontando para o coração de Jesus que, por sua vez, aponta para sua mãe, constituída Tesoureira daquele Coração Sagrado (prerrogativa do título mariano de Nossa Senhora do Sagrado Coração), que fez germinar a Diocese de Pinheiro sob o ideal de que AMADO SEJA POR TODA PARTE O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS.

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terça-feira, 28 de abril de 2020

1920 - 28 de abril - 2020

UMA ODE A PE. PEDRO PAULO SAMBALINO

                     (Chegada dos Missionários do Sagrado Coração ao Brasil, em agosto de 1946) 


Na bela Florença, do renascimento italiano, berço de Dante, Leonardo Da Vinci, Michelangelo, no dia 28 de abril de 1920, vem ao mundo Pierpaolo (Pedro Paulo) Sambalino, nasce em família católica, filho de pai médico.

No centenário do nascimento de meu querido padrinho, resplandece para mim a lembrança do legado de seu sorriso, o testemunho da fé que abraçou, que o tornou padre e fez renunciar a si mesmo para deixar sua pátria, o conforto de sua família e o ares da bela Florença com apenas 26 anos para, como apóstolo da esperança, levar a Boa Nova de Cristo além mar.

Na recordação desta data, rebrilha em minha memória o vulto da batina bege com a qual andava vestido, tremulada ao vento em suas muitas andanças, já um tanto quanto curvado pelo peso de suas responsabilidades, mas sempre sorridente, ainda que com a fronte avermelhada pelo sol e pingando de suor pelas ruas de Pinheiro-MA visitando as famílias.

Ainda na adolescência abraçou o carisma da devoção ao Sagrado Coração de Jesus e a causa do apostolado de anunciar o Evangelho, com o propósito de que AMADO SEJA POR TODA PARTE O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. Assim, deixou sua terra natal e foi para Roma, preparar-se para abraçar o sacerdócio. 

Corria o ano de 1939, o jovem de 19 anos de idade ainda era noviço e a congregação dos Missionários do Sagrado Coração recebe do Papa PIO XII a incumbência de cuidar da recém criada Prelazia de Pinheiro - MA, do outro lado do Atlântico.

Em plena Segunda Guerra mundial, é ordenado sacerdote, em 18 de julho de 1943, com apenas 23 anos de idade. No dia seguinte, celebra sua primeira missa em um cenário de horror: durante três horas seguidas a Itália é bombardeada, especialmente Roma.

Em decorrência da guerra os Missionários do Sagrado Coração veem postergada a oportunidade de assumir a missão que lhes foi confiada. Terminada guerra, a referida congregação, envia Monsenhor Afonso Maria Ungarelle, com mais 8 padres ao Brasil, os quais aportam em Pinheiro, no porto da Faveira, na madrugada do dia 15 de agosto de 1946. 


(Homenagem das Alusuras no dia 28/04/2020)

Naquela madrugada, entre aqueles religiosos chega o jovem Padre Pedro Paulo Sambalino, com 26 anos e apenas três anos de padre, para desbravar horizontes e conceber um novo horizonte a partir do Evangelho que flamejante o ilumina a vontade e o querer, fazendo-lhe conceber, ao clarão da fé, a luminosidade sobrepujante ao próprio sol: a Luz de Cristo, presente no ideal de ser Missionário do Sagrado Coração. 

Entre foguetes e ao som do coro das vozes dos fiéis que entoam o tradicional Cântico “queremos Deus”, deixam o Porto da Faveira e sobem a ladeira em direção a igreja de Santo Inácio de Loyola. 

Ao lado dos seus irmão de Ordem, o jovem Padre Sambalino, chegou para ficar e nestas terras brasileiras doar-se; arregaçou as mangas e se pois a trabalhar pelo bem das almas no campo da fé e na esfera social, com tamanho zelo e empenho, com a serenidade de seu sorriso, de sua fala fraterna e acelerada (pelo sotaque da língua italiana) e o seu constante vigor. 

Lecionou História e Geografia no Colégio Pinheirense, foi pároco coadjuvante da Matriz de Santo Inácio de Loyola, mas tornou-se deveras proeminente pela disponibilidade com que fazia desobrigas e, sobremaneira, como diretor espiritual da Legião de Maria em Pinheiro-MA, quando promoveu uma catequese efusiva que resultou em verdadeiro crescimento em quantidade e qualidade daquela associação de leigos.

Após vários anos dedicados a boa gente de Pinheiro, o Pe. Sambalino foi transferido para a arquidiocese de Fortaleza, no Ceará, onde aos Missionários do Sagrado Coração foi confiada a Paróquia de São João Batista do Tauape; lá continuou a desenvolver o mister do múnus sacerdotal.

Das lembranças que trago na vida, uma das mais risonhas é a figura afável e sorridente  de meu padrinho, cuja fé e devoção a Virgem Maria guardo como modelo cristão. No anúncio  do Evangelho, pregou  muito mais com o exemplo de sua abnegada e resoluta personalidade que com palavras. Com o coração, atravessou oceanos e dificuldades as mais adversas, gastou-se e se fez gastar, para que o Coração de Jesus fosse conhecido e amado.

A melhor forma de homenagear o aniversariante não poderia ser senão mandar que fosse rezada missa em sufrágio de sua alma na Catedral de Pinheiro, bem como promover uma singela queima de fogos, tão luminosa quanto a lembrança de meu querido padrinho.

Neste dia de júbilo, rendo graças ao Altíssimo que, na sua infinita bondade, envia-nos pastores segundo o seu coração, para conduzir-nos a Luz de seus desígnios, Ele que é Caminho, Verdade e Vida; caminho que meu padrinho trilhou anunciando a Verdade do Evangelho, no ofertório diário de sua existência, qual rosa que colocada aos pés do sacrário, impávida perfuma sem temer o fim, por que a como dizia Santa Teresinha do Menino Jesus, “não é bastante amar, é preciso prová-lo” e quem experimenta o amor do Coração de Jesus não pode guarda-lo egoisticamente para si, antes tem que levá-lo  aos outros.

Obrigado meu padrinho pelo ensinamento de teu exemplo e pelo testemunho de quem  fez da vida uma canção de esperança, fiel ao impulso de seu coração altruísta. 

segunda-feira, 30 de março de 2020

1920 - 30 de março - 2020

UM CIDADE, SUA MEMÓRIA E  HISTÓRIA.

 

Segunda-feira, 30 de março de 2020, a noite chega e com ela o estrondo de foguetes chama a atenção da Cidade de Pinheiro-MA.

Da porta da Academia Pinheirense de Letras Artes e Ciências - APLAC, a Vice-presidente e o tesoureiro da instituição (representando os demais acadêmicos) cantam o hino municipal, fazem memória a história da cidade para não deixar passar em branco o Primeiro Centenário da elevação da Vila de Santo Inácio do Pinheiro à categoria de Cidade de Pinheiro.

O lançamento do selo comemorativo, encomendado pelo sodalício para a ocasião, foi postergado por conta da Pandemia Corona Vírus, mas já que "acender-se e iluminar" é o lema da APLAC, surge então Seu Joãozinho Fogueteiro, autêntico representante da boa gente de Pinheiro, que com toda picardia, destreza e leveza da maestria que lhe consagraram "fogueteiro oficial da cidade", ilumina a noite pinheirense com fogos de artifício que logo chamam a atenção do povo.

São fogos de lágrimas e as lágrimas, por uma série de motivos, vão além do nome empregado ao tipo de fogos: lágrimas pelas vidas ceifadas pela pandemia Covid-19; lágrimas pela Praça do Centenário, cruelmente descaracterizada pelo Executivo Municipal, justamente no ano de outro importante centenário; lágrimas de saudades e de profunda emoção; lágrimas esperançosas que irrigam a confiança em um futuro melhor pois em Pinheiro, felizmente, não existem asilos, não há essa chaga cancerosa que evidência o primeiro estágio da decadência e degradação social.

Uma página importante da história pinheirense é então escrita com o clarão dos fogos: luzente parabéns à Cidade de Pinheiro, na passagem de seu centenário.