sábado, 2 de maio de 2015

A LUMINESCÊNCIA DE UMA SAUDADE

SAUDADE é um sentimento e um estado de espírito que não comporta definições iguais. O menor dos acontecimentos, as vezes até um sopro de vento, o canto de um pássaro ou simplesmente um silêncio. A forma e o modo como se dá sua explosão é o que menos importa. Os bons sempre são lembrados!

Hoje o simples recitar de uma Ave-Maria lateja em minh'alma uma lembrança que o tempo nunca será capaz de apagar. No mês mariano minhas recordações se enchem do sorriso de minha querida Julieta que há dezoito meses partiu rumo ao infinito, deixando em mim um vazio físico imenso.

Com ela aprendi desde cedo o valor que se deve dar aquilo que merece e tem valor. Acabei por amar a Virgem Maria porque sempre vi nas atitudes dela aquele respeito e confiança na mãe de Deus e chegando o mês de maio, impossível ouvir os sinos chamando para a reza do terço e não sentir no peito uma enorme saudade.

Mas a saudade que sufoca e quase causa tristeza se relativiza no conforto da fé que - mesmo sem ver - sabe que junto de mim caminha uma santa, canonizada pelo amor que neste mundo fez-nos avó e neto. E então dentro em mim surge uma enorme alegria que se agiganta a cada pequeno milagre que recebo e a cada sutil visita que em minh'alma deixa o acalento daquela emoção, inebriante, que promove ao tato o calor de um abraço invisível.

E é por isso que saudade para mim hoje é rajada de luz que aquece e ilumina essa certeza que minha experiência de vida transforma em dogma: Bem-aventurada Julieta, rogai por nós.

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