A terra das palmeiras.
Será que se Gonçalves Dias estivesse vivo diria que sua terra tem palmeiras onde canta o sabiá e que as aves que lá onde se encontrava não gorjeavam como as de cá? Lá as aves ao menos gorjeavam e as daqui quase não as vemos. Será que o cinco de junho não é um dia agourento? Ou será que, quando não existia, as aves gorjeavam e agora não o gorjeiam porque a humanidade só se lembra de preservar o ambiente nesse dia?
Eh! Gonçalves Dias... Deus ouviu tua prece: morreste antes que estes funestos fatos acontecessem e as palmeiras que tanto te encheram os olhos caíssem por chão: ainda as viste cheias de sabiás. Certamente se não tivesses morrido ser-te-ia menos doloroso suportar o exílio, contudo viram as águas que não merecias tal desgosto, talvez por isso te afogaram: só para te poupar de uma dor maior.
Ao menos o sabiá vez ou outra ainda canta, mas se seu canto é um hino de alegria ou de nostálgica melancolia, só outros inúmeros "cinco de junho" poderão dar a resposta. Isto é, se o calendário passar a ter doze meses de junho e somente dias cinco. É como dizem: a esperança é última que morre.
Só nos resta torcer para que essa esperança tenha a sorte de Mathusalém.
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