sábado, 18 de junho de 2011

Lampejo poético

               
VERDES OLHOS

Lindas opalas de clorofila
Lapidadas em orvalho gentil
Do sopro que infinito ventila!
Ostras que Artífice Divino
Em deslumbrante brilho sutil
Com cinzel de fascínio descerrou...
Eis pálpebras a piscar em aceno fino
Verdes pérolas são teus olhos primor!

Lampejo que sobrepuja o claro sol
Reflexo em tênue espelho d’água!
É lucerna cintilante em lágrimas
Que sublima furor de dores... Mágoa
Em lacrimar de retinas feitas crisol
Do magno verdor que nos prados galga
Reverente e refletido ao arrebol!
Verdes turmalinas... Olhar que deságua!

Diamantes tingidos d’Esperança
Leveza de verdejante piscar
Que paradoxo cultiva... Entrelaça!
Pestaneja euforia. Bonança...
Na sutileza de gemas sem jaça
Hauridas das jazidas de verde crepitar...
Que de Ofir o brilho do ouro embaça!
Verdes diamantes... Cândido olhar!

Canção muda em acordes vibrantes
Clarins bélicos de tons fulminantes!
Pupilas... Harmonia de singeleza...
Ternura que proclama em dureza
Pérolas, turmalinas, diamantes ...
Nuanças de verdejante proeza
Que reprimenda em rara beleza!
Belos olhos... Esverdeados brilhantes!

Oceanos que mistério viceja
Na imensidão que se faz pequenez
Nos lagos caudalosos que verdeja
Em Prudente-insana sensatez
Suplício... Enigma... Doce peleja
Naufrágio da quimera de destilar
Essência do segredo que vagueia
Verdes olhos... Fotossíntese do mar!

Templos que o esplêndido evoca
Em murmúrio do indizível... Incenso
Do fervor de prece... Deslumbramento
Que o ímpeto das palavras sufoca
Na graça feita sortilégio imenso
Que de eternidade traz efusão...
Contemplar esmeraldas polidas
Verdes olhos... Aragem-furacão!

***