BICENTENÁRIO DE ANTÔNIO GONÇALVES DIAS.
O ano é 1823, o dia 10 de agosto. O sabiá canta e o vento espalha seu canto na Mata do Jatobá, esvoaça as palmeiras de babaçu e anuncia com seus silvos o nascimento de um poeta.
Caxias se levanta altaneira porque o poeta é filho seu. Homem de inteligência precoce, etnólogo, advogado abolucionista que cantou os Timbiras, com o Romantismo de sua pena e, por isso, canta o Piaga um canto de infinito que une o poeta e a poesia pela encantaria do lirismo.
São Luís, a Ilha do Amor, louva o poeta de muitos Cantos e comovida pela sua Canção do Exilio, oferece guarida à sua memória no Largo dos Amores, em meio as palmeiras e ao sabor dos ventos, debaixo das estrelas que cintilam o Eu lírico desse brasileiro que traz no sangue a mistura dos povos que construíram a identidade nacional: indígena, africano e europeu.
No bicentenário do etnólogo que escreveu o primeiro dicionário da língua Tupy, maranhense que orgulha todos os outros, o Tamoio canta seu "canto de morte" com acordes da imortalidade que ecoa em Guimarães, no litoral maranhense, na voz da sereia que, nas noites enluaradas, canta e decanta os versos que o gênio da literatura brasileira levou consigo, quando se encantou nas águas da baia de Cumã.
Para o Poeta Nacional cantam os dias, cantam os séculos, por séculos e dias, e para sempre o sabiá e no seu canto a proclamação de que se o Imperador da Língua Portuguesa é o lusitano Antônio, o padre Viera; outro Antônio, brasileiro, é o Imperador do Lirismo da última flor do Lácio.
VIVA GONÇALVES DIAS.
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