quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

A LUZ DA GRATIDÃO PARA O ANO NOVO

Na divisa de antônimos quase sempre se encontra a resposta para o ser das coisas e o sentido que as motiva. Nas antíteses, quase sempre se encontra vetores, que ajustados, apontam para realidades distintas e descobertas fantásticas. Um exemplo disto é o veneno da cobra, quem diria que sendo tão mortal, seria a partir dele que se obtém o antídoto; ou ainda o remédio, que por mais benéfico que seja, quando ingerido em dose além do necessário se torna veneno e mata de overdose. 

E então a existência põe diante da humanidade o dia 31 de dezembro, último dia do ano, sinal de fechamento de um ciclo, de um tempo, de um apagar de luzes; e, por falar em apagar de luzes, vou até a divisa de antônimos e ao rever os grandes feitos da humanidade, constato que, no dia de hoje, há  141 nos, Thomas Edison fez a primeira demonstração pública da lâmpada incandescente, em Menlo Park, Nova Jersey. 

Não tendo a expertise de Thomas Edison, no apagar destas luzes de 2020, apesar dos pesares, quero acender outra lâmpada, que apesar de não ser incandescente ilumina bem, talvez a energia que a acende não é a eletricidade, mas sim o combustível da gratidão: pelo ano que passa, pelas experiências vividas, pela maravilha de viver, apesar dos pesares, esperançoso. 

E assim quem sabe, no ano vindouro, para além das incertezas, as trevas da insegurança sejam dissipadas pela impávido luzir que o sonho alimenta e se chama esperança, cujo clarão rebrilha gratidão e se derrama em luminosidades.

Feliz e luminoso Ano Novo.


A ARGENTINA E O ABORTO

 A LEI DO ABORTO NA ARGENTINA.

Último dia do ano. Dia de São Silvestre, nome da famosa maratona. Deveria ser hoje o dia da esperança, esse combustível que alimenta a maratona da existência.

(créditos da foto: Pe. Paulo Ricardo)

É a esperança que enfrenta as adversidades, sustenta os passos e alimenta os sonhos que constroem a realidade e inventam possibilidades. Dizem que a esperança é a última que morre.

Neste ano de lágrimas, onde a covid-19 flagelou a humanidade e deixou um rastro de morte, quando muitos são os motivos para chorar, a humanidade conseguiu ser mais terrível: a Argentina que outrora gerou o Francisco dos tempos modernos, com lições de simplicidade; tornou-se hoje a pátria do aborto legalizado.

(Créditos da foto: Partido Politico PSOL)

A humanidade se rebela contra a vida na sua forma mais simples, a embrionária. Partidos políticos brasileiros aplaudem, num claro sinal de que, cedo ou tarde, o Brasil enfrentará o mesmo dilema.

Felizmente, como a esperança é gerada no coração e não no útero, não está sujeita a abortos e, por isso mesmo, não é a última que morre, aliás é imortal e jamais se rebela contra a vida.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Conceição

CLARICE LISPECTOR

 CLARICE LISPECTOR. 

Cidadã do mundo, russa de nascimento, brasileira e nordestina por opção. Há 100 anos nascia um gênio poético e literário.

Nas contradições sempre teve a matéria prima de sua escrita, com a qual viveu e sobreviveu na revolucionária opção de ser e se fazer autêntica, independentemente do tribunal da opinião alheia.

Na conservação da essência da vontade de fazer da inconstância um paradigma, fez da vida uma radical escolha e intransigente opção, com todas as viscissitudes e infortúnios de viver e escrever, como se a vida e a palavra escrita fossem duas faces de uma mesma moeda.

Parabéns Clarice Lis (flor) pector (pedra): flor petrificada pelas agruas da vida, que soube exalar fascínio enigmático, clareza ofuscante e fortaleza camuflada de fragilidade...

Uma estrela, brilhante, mesmo submersa em verdadeiros oceanos revoltos, condensados na aparente indiferença e superficialidade de um olhar, preciso e penetrante, onde a essência sempre esteve a deriva, ao sopro dos furacões, da ânsia de acertar, feito conclusão e convulsão existêncial: "viver ultrapassa qualquer entendimento".

Loreto