Em torno do dia primeiro de outubro muitas recordações
orbitam, de modo singular para mim. Hoje, festivamente, celebra-se Santa Teresa
de Lisieux, ou simplesmente Santa Teresinha e a memória desta festa litúrgica
evoca-me a capela da referida santa na minha cidade natal.
Ao dobrar do sino da singela, porém acolhedora, capela de
Santa Teresinha, lá em Pinheiro, a humildade do recinto faz-me lembrar dos
tempos idos quando em meu coração nasceu está devoção que tornou-me advogado.
Explico.
Primeiramente preciso fazer memória da minha querida avó do
coração, Julieta Ferreira Pereira. Ao tomar-me pela mão, foi quem ensinou-me o
caminho daquela pequena capela, o mais surgiu naturalmente.
Quando alguém conclui o ensino médio e se prepara para o
vestibular, dá preferência aos cursos com os quais mais se afeiçoa, no meu caso
a filosofia. Porém, quando dada por certa a necessidade de partir de meu torrão
para cursar faculdade em São Luís do Maranhão, aconteceu algo inusitado.
Antes de escolher o curso que iria fazer comecei por
escolher as instituições de ensino Superior, utilizando por critério aquelas
com carisma cristão ou então denominadas com nomes que remetessem ao sagrado
sob a ótica de minha convicção religiosa. Então fui listando aquelas com nome
de santos e quando encontrei uma com o nome de “Santa Terezinha”, dei-me por
satisfeito e encerrei a procura. Agora faltava apenas definir qual dentre os
cursos ofertados em pleitearia.
Na faculdade homônima da santa que hoje se celebra, os
cursos eram quase todos relacionados a área da saúde e eu não tenho inclinação
para essa área, por falta da coragem necessária para assumir a responsabilidade
de tratar de modo mais direto de algo tão precioso como a vida humana.
Entretanto, no turno noturno, havia um curso que a pouco tempo começara a ser
lecionado, era o curso de Direito.
Parei, refleti um pouco e pensei, afinal Direito é curso
muito concorrido e talvez não lograsse êxito, porém o nome da instituição de
ensino deixou-me fascinado e ao visitá-la pela primeira vez ficou cheio de
força ao encontrar na entrada do estabelecimento uma imagem da Santa das Rosas
rodeada de rosas. Confiei em Deus e pela intercessão de Santa Teresa de Lisieux
obtive êxito.
Hoje vejo em volta e digo que valeu a pena. Ouvir o coração
e confiar-se a fé providente é sempre o melhor caminho. Só é pena que em volta
não tenha mais a presença, física, da minha avó do coração.
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