"Porque alguém é especial e o canto
continua sendo maior que a razão".
Favos de Mel
Imensidão contornada de ternura
É infinito envolto na beleza
Que inflama em sutil delicadeza
Emoções condensadas em doçura
Imensa doçura de pupilas-céu
Ah! Castanhos olhos... Favos de mel!
Raio de candura que aquece a alma
Tem piscar de pálpebras -santuário
Olhar profundo que tudo acalma
Dilatado na íris-relicário
Faceta de enigma... Translúcido véu...
Ah! Castanhos olhos... Favos de mel!
Oceanos plácidos em cascata
Caudalosa de filetes de prata
Cintilantes que a dor silencia!
Em lágrimas bálsamo e agonia
Que das amarguras dilui fel...
Ah! Lacrimoso olhar... Suave igual mel!
Relance de prudente ousadia
Que ao magnífico bate palma
No fascínio que causa extasia!
Eis ingênuo olhar que audaz espalma
O intimo do ser que declara revel...
Inquisidor encanto... olhos de mel!
Brisa rebelde de dócil fulgura...
Silêncio bélico que censura
No reluzir de colorir delgado
De lúcida loucura... Fino mel!
Eis fumegar de olhar zangado...
Obra-prima de divino pincel!
É mistério que o eterno sondou!
Nas matizes de olhar singular...
Segredo que o insondável decifrou
Cativo para sempre do cintilar
Que tudo penetra com olhar-cinzel
Eis castanhos olhos... Favos de mel!
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